Fábio Coentrão distinguido como "Melhor Jovem da Liga de Honra" em votação efectuada pelos treinadores

Artigo do Jornal O Jogo

Em Vila do Conde há muito se comentava o talento de um jovem de 18 anos nascido e criado na terra. Fábio Coentrão já é uma das figuras do Rio Ave, mas não disfarçou a "surpresa" com que recebeu a distinção dos treinadores da Liga de Honra. A jovem promessa da competição admite, todavia, estar a adaptar-se bem ao campeonato e que "as coisas têm corrido melhor do que o esperado".
Internacional pelas Selecções de Sub-18 e Sub-19 de Portugal, Fábio define-se como "um jogador trabalhador, com raça e bons pezinhos". Mas não hesita em apontar o seu ponto mais fraco: "o jogo aéreo". "Sou muito fraquinho nesse aspecto. Acho que marquei um golo de cabeça nos juniores, mas porque me enganei", graceja. Admirador de Luís Figo, não esconde que, apesar de ser o Rio Ave o seu "clube do coração", simpatiza com o Sporting, "onde um dia gostaria de jogar". O extremo-esquerdo, representado pela Gestifute, quer seguir o exemplo de outros anteriores vencedores - por exemplo Paulo Jorge, hoje no Benfica - e dar um salto. "Se mais tarde acharem que tenho valor para estar noutro clube, as coisas aparecem", comenta. Por enquanto, só pensa no Rio Ave, pelo qual participou, na última época, em três jogos da primeira Liga, tendo agora na Honra somado, até ao momento,12 encontros e apontado dois golos.

O BdRA dá os parabéns ao Fábio Coentrão por este prémio mais do que justo, até porque o seu grande rival entre os atletas mais novos, Diego Costa, acabou por ser dos mais votados para "Melhor Jogador". O nosso Fábio recebeu 5 votos para "Melhor Jovem" (Vítor Oliveira, Álvaro Magalhães, Horácio Gonçalves, Daniel Ramos e Paulo Alves). Nota para o facto de Carlos Garcia (Vizela) ter escolhido outro valor emergente do Rio Ave: Vítor Gomes.
Fábio Coentrão recebeu ainda 2 votos para "Melhor Avançado" (Vítor Oliveira, António Borges). Danielson foi o único jogador do Rio Ave na lista para "Melhor Jogador" por voto de Álvaro Magalhães, que também meteu o nosso "zagueirão" entre os defesas em foco. Delson recebeu um voto na lista dos médios, uma vez mais de Vítor Oliveira.
O grandes destaque que falta vai direitinho para Mora. Recebeu 5 indicações para melhor guarda-redes (Vítor Oliveira, Nicolau Vaqueiro, Álvaro Magalhães, Litos, Daniel Ramos) e empatou com o leixonense Beto. No entanto, o critério de desempate, que privilegia a menor média de golos sofridos, prejudicou o nosso guardião. O qual, mesmo assim, confirmou o prestígio que grangeia no futebol português e o acerto que foi a sua renovação.
A título de curiosidade, diga-se que o João Eusébio escolheu Beto (Leixões) para a baliza, Nuno Amaro e Elvis (Leixões) na defesa, Ghilas (V. Guimarães) e Malafaia (Leixões) como médios e Roberto (Leixões) para avançado. O nosso "mister" elegeu Celestino (Olivais e Moscavide) como "Melhor Jovem" e Ghilas (V. Guimarães) como "Melhor Jogador".

PS: Por último, um reparo para o Jornal O Jogo. Aos treinadores da Liga de Honra não é dada a verdadeira possibilidade de escolher um "onze ideal", mas sim um "sexteto ideal". A sua votação está limitada a um guardião, dois defesas, dois médios e um avançado. É uma estupidez sem sentido que deturpa a extrapolação final, dado que o futebol não é voleibol. Joga-se com onze. Só assim se admite, por exemplo, que o Milhazes não apareça no tal "onze ideal" quando é claramente o melhor defesa-esquerdo da Honra, acabando o Delson, e até o Fábio Coentrão, por também serem prejudicados. Custa alguma coisa, senhores jornalistas, em nome do rigor, pedir aos técnicos que escolham verdadeiramente o seu "onze ideal"?
A lista oficial final resultante do somatório dos "sextetos ideais" dos treinadores é a seguinte: Beto (Leixões); Bruno Novo (Santa Clara), Nuno Diogo (Penafiel), Elvis (Leixões), Nuno Amaro (Leixões); Bruno Tiago (Gil Vicente), Nicolas (Olhanense), Livramento (Santa Clara), Diego (Penafiel); Nuno Sousa (Feirense), Roberto (Leixões).