Crónica do Jornal de NotíciasÉ o regresso do Rio Ave ao banho da prata, de novo no segundo posto, a ganhar terreno na luta férrea pela ascensão à Liga. Um prémio justíssimo para uma equipa que soube superar todas as adversidades e malhar fortemente em cima de um adversário que se mostrou muito organizado e bem orientado. O triunfo vila-condense não merece discussão, mas manda a verdade dizer que o segundo e terceiro golo precedem de foras-de-jogo. Acalmem-se os ânimos, porque também é indiscutível que Tó Figueira deveria ter sido expulso (76m), ao ter travado com o braço direito o "chapéu" de Chidi, a peróla negra de Vila do Conde. O número um de Freamunde teve a mesma sorte que Helton, no último jogo do F. C. Porto na Champions League. Esse momento foi mesmo o maior pecado do árbitro, Jorge Sousa, que não foi devidamente auxiliado. Bock, por exemplo, ficou pelos cabelos e, por ter protestado mais um fora-de-jogo duvidoso, levou o cartão amarelo. Mas voltemos ao lado bom da bola e ao início de tarde infeliz da máquina vila-condense, traída por um autogolo de André Vilas Boas, que cabeceou a bola para o fundo da baliza de Paiva, ao tentar interceptar o cruzamento do empreendedor Filipe Pastel. A reacção do Rio Ave é de candidato, a criar sucessivas ocasiões de perigo, claudicando apenas na percentagem de eficácia zerinho ao intervalo, depois de Chidi, uma dor de cabeça para a defesa do Freamunde, ter atirado sempre ao lado da baliza forasteira. Depois do golo acidental, o Freamunde só aos 44 minutos voltou a chegar com relativo perigo à baliza vila-condense. Sintomático...
A segunda parte, sobretudo a última meia hora, é um regalo para o espectador comum. O Rio Ave forçou a barra e tanta avalanche só podia dar mesmo em reviravolta. Assim, Ronaldo limitou-se a empurrar para o fundo das redes, depois de Tó Figueira ter defendido o primeiro remate de Wires. E seria mesmo o brasileiro, ao cair do pano, a deixar outra vez os adeptos em delírio, depois de Keita ter rematado para a primeira defesa do número um forasteiro. O golo de Chidi (bem o mereceu) nos descontos foi apenas a cereja no topo do bolo.