O Depois da Hora está de volta depois de uma paragem de 15 dias com o editor longe de Vila do Conde, mas ainda assim atento aos desenvolvimentos da 8ª e 9ª jornadas.
Parti com o Rio Ave a "ressacar" de uma ingrata derrota caseira ante um Leixões bastante matreiro e voltei com uma vitória magra sobre um Estoril de quem esperava outra combatividade. Vamos por partes.
1. Assembleia Geral. A manhã antes da tragédia "medieval" em Santa Maria da Feira. Muitos sócios do Rio Ave, onde eu me incluo, vulgarmente não participam e assistem às Assembleias Gerais porque, entre outros motivos, temos mais que fazer a um domingo de manhã, pelas 10 horas. O horário não ajuda, mas a passividade associativa é um mal geral em Portugal, ao qual o Rio Ave e os seus associados, grosso modo, não foge à regra. No entanto, os documentos aí apresentados são públicos, pelo que a sua leitura a posteriori é sempre recomendável. O estado das finanças do clube é preocupante. A temporada passada foi "pensada" num orçamento de base zero e terminou com um prejuízo de quase 700 mil euros (140 mil contos na moeda antiga) segundo o Relatório e Contas 2005/2006. A Direcção, e bem, propôs a realização de um diagnóstico do futuro e estudo financeiro com a participação de todos os orgãos estatutários. Veremos se o estudo vai adiante e, mais, se na temporada passada com os proveitos da televisão o saldo foi tão negativo, imaginemos agora sem a TV que balanço teremos para 2006/2007 especialmente se não for conseguida a subida de divisão e/ou a alienação de activos (venda de jogadores).
2. A goleada frente ao Feirense. Humilhação. Depois de estarmos a vencer por 1-0 com golo do Evandro, dois ex-jogadores nossos deram a volta ao jogo (Nuno Sousa e Gaúcho) e depois um jogador já ventilado para reforçar a nossa equipa em épocas anteriores, Vitinha, fez o 3-1 e praticamente carimbou uma goleada que apenas terminou com o 4-1 final. Um bater no fundo, que talvez tenha sido importante não só para percebermos o quanto podemos esperar deste Rio Ave, mas também para técnicos e dirigentes fazerem um diagnóstico mais preciso do seu trabalho. João Eusébio sobreviveu ao desaire, diz-se, porque o clube está financeiramente tão depauperado que não há liquidez para contratar outro técnico ou reforçar o plantel em Janeiro.
3. Semana de reflexão e um sorriso tímido volta a pairar sobre Vila do Conde. O Rio Ave bateu o Estoril com um golaço de Delson, uma primeira parte boa e um segundo tempo em que, apesar da estratégia ter sido fazer um jogo de contenção, a equipa mostrou falta de cultura táctica para esse efeito. Foi permissiva e apenas com alguma sorte (e a ajuda de Mora) segurou o 1-0. No entanto, a vitória foi incontestável e a imprensa, de um modo geral, elogiou o jogo do Rio Ave.
4. Comentários anónimos. E não só. Não sou babysitter e como nunca tive paciência para o ser, não sou obrigado a fazer a limpeza aos comentários nojentos que têm pululado pelo blogue. Espero que a onda de insultos pessoais e de palavrões nas caixas de comentários termine. Os dois últimos FÓRUNS (Leixões e Feirense) foram nojentos. Os "artistas" não foram apenas adeptos infiltrados da Académica, Varzim e Leixões, havia gente, (pretensamente) vileira. Ou a palhaçada acaba ou é o próprio blogue que acaba. A editoria tem muito para fazer nestes dias e ver o BdRA - espaço com reconhecimento público consolidado, apesar de um extraordinário silêncio instituicional sobre o seu trabalho, méritos, deméritos, etc. - imerso numa onda de má educação e pobreza intelectual será remetê-lo para um triste encerramento.
5. Taça de Portugal nos Açores este sábado. Frente ao Operário, para ganhar! Seguem-se mais duas deslocações complicadas, com viagens ao Trofense e ao Portimonense. Se contra o Estoril ficaram algumas interrogações, este ciclo irá, certamente, clarificá-las. Espero que para o bem.