A construção de um centro comercial no terreno ocupado pelo estádio do Rio Ave é um projecto que irá mudar a face da zona oriental de Vila do Conde, segundo noticia o Diário de Notícias. O clube está a negociar com uma multinacional alemã-holandesa, enquanto a câmara aguarda por um projecto concreto. A proposta apresentada ao Rio Ave passa pela construção de um novo estádio de menor dimensão que o actual, uma estrutura com 21 anos, "completamente ultrapassada a nível de conforto e muito cara a nível de manutenção".
Paulo Carvalho, presidente do Rio Ave, adiantou ao DN que está a ser realizado um estudo de tráfego, instrumento fundamental para avançar com o projecto. Trata-se de uma zona de entrada na cidade, através do acesso da A28, pelo que o impacto da nova construção comercial será grande e obrigará a reformular as vias rodoviárias. A zona tem já uma escola superior, irá ter o novo hospital de Vila do Conde/Póvoa de Varzim e está ao lado da principal estação de metro da cidade.
"Vencido este primeiro passo, estou convencido de que as coisas se resolvem com facilidade", adiantou Paulo Carvalho. A câmara já conhece o anteprojecto e mostra-se receptiva. Mário Almeida, líder da autarquia, é o presidente da Assembleia Geral do clube.
A ideia de demolir o actual estádio não é nova. "Há dois anos, grandes empresas chegaram a interessar-se mas o negócio acabou por ficar parado", disse o líder do clube de futebol que milita na Divisão de Honra. Em meados do ano passado houve um despertar de receptividade junto de investidores e surgiu uma proposta que "agradou".
O espaço em causa, com cerca de 35 mil metros quadrados, será ocupado por uma superfície comercial de gama elevada. Será "arrojado e diferente", com escritórios e uma área comercial pura. Em contrapartida, o "Rio Ave não quer um tostão: só um estádio com oito mil lugares", referiu Paulo Carvalho, acrescentando que pode custar quatro milhões de euros. O negócio envolverá depois um modelo que traga vantagens financeiras. "Pode ser em publicidade, numa percentagem do lucro do centro ou exploração comercial de espaços", apontou. Em equação está também a venda definitiva do terreno ou a opção por uma concessão do direito de superfície por 50 anos. Com a concretização do projecto, Paulo Carvalho prevê "ampliar o número de sócios para o triplo".
A partilha de um estádio intermunicipal com o Varzim é outra ideia que agrada. "Era a solução ideal: a manutenção era das câmaras." Lopes de Castro, presidente do Varzim, disse ao DN que o novo estádio do clube poveiro já está em andamento, pelo que existem "timings diferentes". Mas aponta: "A ideia é boa e se o Rio Ave quiser jogar na Póvoa, estamos abertos."
PS: A inteligência do nosso presidente leva-o a estar sempre aberto a ideias arrojadas. O Estádio InterMunicipal, de facto, faria todo o sentido se a rivalidade clubística não fosse o que é. O senhor Lopes de Castro, talvez inebriado por ter ganho um jogo para a Taça de Portugal que fez esquecer a humilhação às mãos do Rio Ave, não mostrou ter vistas largas. Olhando aos 3 milhões de euros que o Varzim já gastou antecipadamente do dinheiro que tem a receber pela venda dos terrenos do actual recinto, e a continuar assim, não tarda muito ainda serão mas é os polacos a terem de mendigar para jogarem em Vila do Conde. Contem quantos são hoje.