Onze dos repetentes

Artigo publicado no jornal "O Jogo"

Aproveitar a maioria dos jogadores da época anterior - 18 no total - é o segredo de uma equipa que também manteve o técnico João Eusébio

No aproveitar é que está o ganho. Deste ditado popular os responsáveis do Rio Ave fizeram uso como mecanismo de gestão do plantel. A estrutura-base da época anterior foi mantida e de forma pouco vulgar, sobretudo para quem mudara de divisão: ficaram 18 jogadores e também o treinador, um homem da casa. A possibilidade de manter a maioria dos jogadores ajudou a gestão da Direcção de Paulo de Carvalho, que se preocupou somente em garantir a renovação dos contratos de alguns jogadores e assim criou os alicerces do recente sucesso desportivo. João Eusébio pôde então apostar num onze totalmente constituído por jogadores que transitaram da última época. Além disso, a política de contenção orçamental recomendava também a valorização dos produtos da casa. O defesa Fábio Faria foi promovido a sénior, juntando-se aos jovens Fábio Coentrão e André Serrão, que já estavam no plantel de João Eusébio, que se estreou no comando técnico na recepção ao Belenenses, fez dia 5 um ano, sucedendo a António Sousa. O grupo de 18 elementos foi reforçado com apenas sete jogadores, para colmatar dez saídas. Do negócio da transferência do lateral-direito Zé Gomes para o Marítimo resultou a entrada por empréstimo do avançado Ronaldo, mas uma intervenção cirúrgica ao joelho esquerdo afastou este da actividade até Dezembro. Samson também não tem sido feliz e está agora em fase de readaptação aos treinos. Apesar destas contrariedades, o segredo do actual bom desempenho já lá estava: o onze-base é totalmente composto por jogadores da época passada, que tiveram um início titubiante por necessidade de adaptação a um novo campeonato. A partir da oitava jornada, ainda em Outubro, a equipa adaptou-se às exigências da Honra e nunca mais perdeu. Já lá vão 14 jogos, com nove vitórias e cinco empates. Estar em primeiro era... inevitável.

Os que lá estavam